Batman Return of the Joker | Nintendinho | análise

O Coringa (the Joker) retorna em um bom jogo para o ocaso do Nintendinho

Em 1991 haviam outros consoles mais modernos que o Nintendinho/NES/Famicom como o PC Engine, o Mega Drive. Mesmo a Nintendo já tinha lançado o sucessor do NES, o Super Famicom. Desta forma, a tendencia era que a quantidade de jogos importantes lançados para este console iriam começar a declinar. Mas eis que em dezembro de 1991, a Sunsoft lançou Batman: return of the Joker, que tinha os gráficos e as animações mais bem elaboradas para Nintendo 8 bits, em minha opinião. Acho que ele pode ser classificado como um jogo de plataforma unicamente, tendo fases em que a tela rola verticalmente e outras horizontalmente. O jogo possui sete fases, que estão subdivididas em dois estágios e mais um embate contra um Boss, que pode ser tanto um dos capangas do Coringa quanto uma de suas máquinas sinistras. O video a seguir tem a abertura do jogo. Confira!

A história do jogo

Lmebro-me que o título causou estranheza quando eu tive contato com ele. Como o Coringa poderia retornar, se ele havia morrido tanto no filme como no final do jogo anterior? Uma outra coisa foi que quando olhei para a caixa do jogo, vi que o visual apresentado pelo Coringa era o mesmo utilizado nos quadrinhos nos anos 80, com cores mais fortes e o Batman tinha um uniforme cinza com a capa azul ao invés de ser predominantemente preto, como no filme. A resposta está no fato de que esse jogo não foi baseado nos filmes de Tim Burton, estrelados por Michael Keaton. Ele foi inspirado nos quadrinhos. Por isso, o uniforme do Batman estava diferente e o Coringa não está morto. Ele morreu apenas no arco do filme que não tem ligação com esse jogo.

Duas curiosidades: a primeira delas o Batmovel do filme aparece nesse jogo, após o término da primeira fase. A segunda é  que no fim da segunda fase, aparece uma imagem do Batman, mas seu uniforme está mais parecido com o do filme, apesar de ser predominantemente azul, que com o que ele usa durante o jogo. Confira nas imagens abaixo.

Gráficos 

A junção de 3 MegaBits de memória com um chip customizado, que foi usado com maestria pela Sunsoft, permitiu produzir gráficos e animações realmente primorosos para o NES! O nome do chip utilizado varia conforme a fonte, podendo ser o SUN5 ou o FME-7. Bom, pra tirar a dúvida, abri o meu cartucho e confirmei: o chip chama-se FME-7, conforme a foto a seguir:

É realmente interessante ver o quanto a aparência do jogo é próxima aos dos jogos de 16 bits, muito embora ele ainda usasse a paleta de cores do Nes. O chip customizado permitiu que essas cores pudessem ser utilizadas de uma forma um pouco diferente e ele permitiu aos desenvolvedores o uso de Sprites com tamanhos maiores que os utilizados normalmente. Ao comparamos com o jogo anterior, veremos que o Batman praticamente dobrou de tamanho. Veja as fotos abaixo e tire suas próprias conclusões.

Ainda na primeira fase é possível também notar o uso do efeito paralaxe em várias áreas. Esse efeito, acredito eu, só foi possível por conta do uso do FME-7.

Sons e trilha sonora

Dos três compositores, dois haviam participado do jogo anterior

• Naoki Kodaka ( participou do jogo anterior)
• Nobuyuki Hara ( participou do jogo anterior)
• Shinichi Seya

As musicas do jogo mantiveram o bom bom nível e os efeitos sonoros também.

Jogabilidade

Apesar do tamanho dos sprites e das animações, a ação durante a partida transcorre sem o aparecimento do efeito slowdown. As batalhas contra os chefes merecem um destaque pois os medidores de vida são numéricos, bem diferentes dos marcadores que utilizavam barras, como o visto no Street Fighter 2, por exemplo. A imagem a seguir mostra a batalha no fim da primeira fase.

Acho que o design level do jogo é seu ponto fraco. Não que ele seja horrível, mas ele poderia ser melhor, acompanhando os gráficos excelentes. Como exemplo, cito o fato de que a segunda fase, além de curtinha, não tem desafio, um BOSS, para passar para a próxima etapa do jogo: é só chegar em um determinado lugar e pronto STAGE CLEAR!! A terceira tem um nível de dificuldade muito maior que as outras duas, fazendo com que exista uma mudança íngrime durante o jogo, o que não é muito comum uma vez que a dificuldade normalmente é progressiva. É necessário conseguir adaptar-se a cada fase pois cada uma delas tem um ritmo muito diferente.

Veredito

O jogo tem inúmeras qualidades técnicas, principalmente ligados aos gráficos e animações. As trilha sonora é muito boa, mas o design level poderia ser melhor. É um bom jogo? Sem dúvida alguma! Eu o recomendaria sem medo a qualquer pessoa. O grande porém foi a expectativa, pois eu sempre achei que esse jogo tinha tudo para superar seu antecessor, que é um dos meus 10 jogos favoritos no NES. Ele chegou muito próximo disso, mas infelizmente não conseguiu.

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